A Bahia está investindo em armamento sofisticado e operações estratégicas para garantir a segurança de turistas, enquanto os moradores enfrentam diariamente a insegurança e o domínio do crime organizado. A determinação do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em priorizar a proteção de visitantes foi reafirmada nesta segunda-feira (25) pelo comandante-geral da Polícia Militar da Bahia, Paulo Coutinho, durante entrevista que detalhou as ações no Centro Histórico de Salvador e no Porto da cidade.
“O governador nos orientou a dar atenção especial a essas áreas”, afirmou Coutinho, destacando a Operação Navio, voltada para o policiamento do Porto de Salvador, e o lançamento iminente da Operação Verão. Como parte dessas ações, a entrega de 200 viaturas, 700 fuzis carabinas de fabricação israelense e coletes balísticos foi anunciada como um esforço para equipar as forças de segurança.
Apesar dos investimentos milionários em tecnologia e equipamentos de ponta para atender às áreas turísticas, o cenário cotidiano para os baianos é de abandono. Relatos de moradores apontam para a falta de policiamento em bairros periféricos e no interior, onde o crime organizado expande seu domínio sem resistência.
"Enquanto turistas caminham seguros pelo Pelourinho, nós ficamos reféns do tráfico e da violência. É como se o governo esquecesse que também somos cidadãos e merecemos proteção", lamenta um morador do bairro de Cajazeiras, que preferiu não se identificar.
A disparidade no tratamento gera críticas, colocando em xeque a política de segurança pública do estado. Para especialistas, o foco exclusivo em áreas de interesse turístico pode ampliar ainda mais a sensação de insegurança entre os cidadãos e reforçar a ideia de que a Bahia privilegia visitantes em detrimento de sua própria população.
O governo ainda não se manifestou sobre como pretende equilibrar a segurança nas áreas turísticas e nos bairros onde os baianos enfrentam, diariamente, a realidade do descaso e do medo.
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