Alagoinhas, maior cidade do Litoral Norte e do Agreste baiano, tem um peso político significativo na Bahia. Em 2022, os eleitores do município demonstraram sua força ao eleger representantes tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara Federal, garantindo a cidade um espaço relevante no cenário político estadual e nacional. Contudo, a despeito da representatividade conquistada, os avanços estruturais e econômicos que se esperavam não acompanharam essa presença política. Com as eleições de 2026 no horizonte, acende-se um sinal de alerta: a cidade tem cobrado resultados que, até agora, não foram entregues.
Representatividade sem Retorno?
Atualmente, Alagoinhas conta com deputados estaduais e federais eleitos com expressiva votação na cidade. No entanto, a percepção da população é de que essa representatividade não se traduziu em melhorias concretas. Os investimentos estruturais seguem em ritmo lento ou inexistente, e o desenvolvimento econômico não tem acompanhado as necessidades da população.
Um dos principais gargalos é a carência de infraestrutura viária. A duplicação da BR-101, que poderia ser um vetor essencial para o crescimento regional, segue paralisada há mais de dois anos. Além disso, a ausência de anéis rodoviários compromete o tráfego local e regional, dificultando o escoamento da produção e o crescimento industrial. O desemprego também é um fator alarmante. Apesar da cidade possuir um Instituto Federal, os cursos oferecidos não atendem às principais demandas do mercado de trabalho, que tem no setor cervejeiro e petrolífero suas principais fontes de empregabilidade.
O Peso da Responsabilidade
Com a proximidade das eleições, cresce a pressão sobre os parlamentares eleitos. Os deputados federais Joseildo Ramos, Paulo Azi, Sérgio Brito, Claudio Cajado, Marcio Marinho, Deputado Dal, Otto Filho e Bacelar terão cerca de 19 meses para demonstrar, na prática, o que têm feito por Alagoinhas. O eleitorado começa a questionar: quais investimentos cada um deles trouxe para a cidade?
Ao buscar essas respostas, nossa redação encontrou registros apenas das ações do deputado federal Joseildo Ramos. Segundo informações disponíveis, ele destinou mais de R$ 300 milhões para Alagoinhas, sendo quase R$ 16 milhões em emendas parlamentares diretamente articuladas pelo seu mandato. Entre as melhorias já concretizadas, destacam-se a pavimentação do Cruzeiro dos Montes, Santa Terezinha e Petrolar, a macrodrenagem do Silva Jardim, a ampliação de leitos do Hospital Dantas Bião e o custeio de equipamentos da maternidade.
Por outro lado, não há registros transparentes sobre os investimentos de outros deputados federais e estaduais com expressiva votação em Alagoinhas. Nenhuma informação oficial foi encontrada nos portais de transparência ou nos sites dos parlamentares que receberam votos no município. Essa falta de prestação de contas levanta um questionamento central: os votos dos alagoinhenses estão sendo retribuídos com trabalho e investimentos concretos?
O Voto e a Cobrança Popular
Nas eleições de 2022, Ludmilla Fiscina (PV) liderou a votação para a Assembleia Legislativa com 31,99% dos votos, seguida por Paulo Cezar (Solidariedade) e Radiovaldo (PT), ambos com forte base eleitoral local. Já na Câmara Federal, Joseildo Ramos foi o mais votado, com 24,19% dos votos. A cidade confiou seu futuro político a esses representantes, e a cobrança por resultados concretos se intensifica à medida que o novo pleito se aproxima.
O cenário atual exige uma reflexão profunda dos parlamentares e da população. Alagoinhas tem grande potencial de crescimento, mas enfrenta entraves que precisam ser superados com investimentos sólidos e ações estratégicas. A duplicação da BR-101, a requalificação das vias urbanas, a expansão do polo industrial e a adequação dos cursos técnicos e superiores à realidade do mercado local são pautas urgentes.
A eleição de 2026 se aproxima, e os políticos que não demonstrarem compromisso real com a cidade podem enfrentar dificuldades para renovar seus mandatos. O eleitorado de Alagoinhas tem se mostrado atento e exigente, e a cobrança será proporcional ao voto de confiança concedido em 2022. O tempo de promessas vazias passou. Agora, o que a população quer ver são resultados concretos.