Por Maria Ribeiro - DRT 5952/BA: Na última quinta-feira, 18 de julho, o cenário político de Alagoinhas vivenciou um episódio emblemático que revelou as fragilidades e as tensões dentro da pré-campanha do candidato a prefeito Paulo Cezar Simões (União Brasil). O evento, que tinha como objetivo principal anunciar Roberto Torres (PDT) como o pré-candidato a vice-prefeito, deveria ter sido uma ocasião de celebração e demonstração de força política. No entanto, a ausência notável de figuras-chave e a fraca presença da imprensa transformaram a cerimônia em um verdadeiro teste de resiliência para a chapa de Simões.
A escolha de Roberto Torres, ex-vereador e ex-secretário de Serviços Públicos, foi justificada pelo candidato a prefeito como resultado de uma pesquisa qualitativa sobre a representatividade política na cidade. Entretanto, a ausência da médica Mariane Mercuri, que era uma das favoritas para ocupar a vaga de vice, lançou uma sombra sobre o evento. A justificativa para sua ausência — sua participação em um parto —, embora plausível, não dissipou as especulações sobre possíveis desentendimentos internos.
Além de Mariane, a ausência de Alfredo Menezes e do deputado federal Paulo Azi, figuras de peso no cenário político local, amplificou o tom de desapontamento e incerteza. Menezes, sem justificativa aparente, e Azi, ausente devido a compromissos em Brasília, deixaram lacunas perceptíveis na estratégia de apresentação da chapa. A presença tímida da imprensa, com apenas dois jornalistas comparecendo, agravou ainda mais a sensação de fracasso do evento. Muitos profissionais de mídia alegaram não terem sido convidados, conforme apurado pelo site Gazeta dos Municípios, ressaltando uma possível falha de comunicação e organização da equipe de campanha.
Roberto Torres, cuja carreira bancária e atuação no setor hoteleiro são destacáveis, enfrentou um declínio de prestígio político nos últimos anos. Sua gestão na Secretaria de Serviços Públicos foi vista como insatisfatória, levando ao seu isolamento político. O rompimento com o grupo do prefeito Joaquim Neto e sua filiação ao PDT sinalizaram uma tentativa de reconfiguração de sua trajetória política, agora como candidato a vice-prefeito.
A vereadora Jaldice Nunes, presente no evento, expressou seu apoio a Torres, mas também sua expectativa frustrada de ver uma mulher ocupar a posição de vice, o que poderia ter representado um avanço significativo na representatividade de gênero na política local.
As ausências de Alfredo Menezes e Mariane Mercuri, associadas ao contexto de tensões internas e desafios jurídicos enfrentados por Paulo Cezar Simões, indicam que o caminho até a convenção do dia 1º de agosto será repleto de desafios. As próximas semanas serão decisivas para a campanha de Simões, que precisará não apenas resolver as dissensões internas, mas também fortalecer a coesão do seu grupo e revitalizar a comunicação com a mídia local.
O evento de apresentação de Roberto Torres, longe de ser uma celebração, expôs as fragilidades e as divisões que poderão determinar o sucesso ou o fracasso da candidatura de Paulo Cezar Simões. A habilidade do pré-candidato em gerenciar essas adversidades será crucial para definir os rumos de sua campanha e, potencialmente, o futuro político de Alagoinhas.
Com Informações do portal Gazeta dos Municípios
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